O fenômeno La Niña, que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Pacífico, ultrapassou seu pico e segue enfraquecendo. A perspectiva oficial emitida pelo Climate Prediction Center indica uma chance de 62% de transição do La Niña para ENSO-Neutro (nem La Niña, nem El Niño), permanecendo assim durante o outono e inverno 2021.
O que isso representa para o setor elétrico?
Embora o maior destaque da influência da La Niña no Brasil seja a redução das chuvas, historicamente (1951 a 2020) esse fenômeno enfraquecido fez a energia gerada a partir da vazão natural nas hidrelétricas (ENA) no Sudeste ficar em 95% da média (MLT) nos meses de março, abril e maio. Ou seja, sem grandes impactos na geração de energia hídrica.
Para efeitos comparativos, em 2020, quando o Pacífico também estava neutro, a ENA média da MLT foi de 90%.
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Outra projeção importante que pode ser usada para comparação são os mapas mais recentes do NMME, onde verificamos que as chuvas para o trimestre estão entre a média e abaixo da média, especialmente nos meses de março e abril.
Sendo assim, a tendência indicada do Pacífico entrar em neutralidade combinada com as projeções de chuvas dentro e abaixo da média, cria a expectativa de que a ENA do Sudeste seja superior a 80% da MLT no trimestre. Esse valor desfavorece o aumento do nível dos reservatórios antes do início do período seco.
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