Radar Energia – Agosto/2021

1. Destaques do Sistema Interligado Nacional – SIN
2. Destaques da operação eletroenergética
3. Leilões de Energia
4. Atualizações regulatórias
5. Notícias
6. Curiosidades

1. Destaques do Sistema Interligado Nacional – SIN

Dentre os destaques do mês de julho, está a permanência da política operativa do ONS visando a preservação dos níveis de armazenamento dos reservatórios.

Ocorreu também permanência dos preços no teto (583,88 R$/MWh) em todos os submercados na semana operativa de 31/07 a 06/08, decorrente das baixas afluências, aumento da carga e flexibilização das vazões em diversas UHEs (permitindo menor defluência para preservar os níveis dos reservatórios).

Para os próximos meses o ONS avalia adotar flexibilizações dos limites elétricos, adotando critérios menos restritos na operação do sistema, de forma a aumentar as capacidades de intercâmbio.

A energia armazenada nas bacias do subsistema Sudeste está em 25,9% do volume útil, Sul em 47,9%, Nordeste 54,7% e Norte 79,0%.

A ENA atual dos subsistemas Sudeste (65%), Sul (29%) e Nordeste (47%) estão bem abaixo da MLT (média histórica). A ENA do Norte (121%) está acima da média esperada. Para o SIN como um todo, o mês de julho foi o pior do histórico (58% MLT), desde 1931. (Dados do IPDO do dia 01/08/2021).

Espera-se que as afluências do SIN fechem o mês de agosto em torno de 54% da MLT.

PLD Médio diário (R$/MWh)

O gráfico apresenta a média diária do PLD dos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, resultado do modelo DESSEM referentes aos últimos 30 dias.

Custo Marginal da Operação (R$/MWh)

O CMO médio semanal (PMO de agosto) está equalizado em todos os submercados, e houve aumento em relação à semana anterior, resultado principalmente da piora nas afluências e aumento da carga.

Deliberações do CMSE

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) avaliou as condições de suprimento eletroenergético do Sistema Interligado Nacional (SIN), em decorrência das piores afluências para o SIN no período de setembro a julho em 91 anos de histórico.

Com o objetivo de preservar os usos da água, mantendo a governabilidade das cascatas hidráulicas, e garantir o suprimento de energia elétrica, o CMSE definiu ações adicionais destacadas a seguir:

• Necessidade de novos estudos a fim de manter as flexibilizações nas usinas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera no próximo período úmido, entre os meses de dezembro/2021 e abril/2022;
• Definição das cotas mínimas para os reservatórios das UHE Ilha Solteira e Três Irmãos para o final do mês de agosto e para o mês de setembro de 2021.
• Estudos sobre a flexibilização temporária da Regra de Operação do Rio São Francisco;
• Realização de estudo conjunto entre o ONS e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre as condições de atendimento do SIN em 2022, na transição do período seco para o período úmido;
• Em suporte ao fornecimento de gás natural das usinas termelétricas, determinaram a disponibilização de um terceiro navio regaseificador, no terminal de regaseificação de Pecém (CE);
• Ampliação do fornecimento de energia elétrica por meio de usinas termelétricas a óleo diesel e gás natural;
• Flexibilização da operação do SIN para ampliar o intercâmbio entre os subsistemas e para aproveitar os excedentes energéticos regionais.

Destaques das ações de 2021

Entrada em operação de novos empreendimentos
Foram inseridos em 2.305 MW de capacidade instalada de geração centralizada, capaz de atender até 5 milhões de residências, além de 1.898 MW de geração distribuída, que beneficiam 200 mil unidades consumidoras. Também foram incorporados 4.018 km de linhas de transmissão e 13.561 MVA de capacidade de transformação.

Suprimento e escoamento de gás natural
Para a manutenção do suprimento e escoamento de gás natural do Pré-Sal e da Plataforma de Mexilhão, foi realizada a ampliação da capacidade do Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara, de 20 milhões para 30 milhões de m3/dia.

Termelétricas sem contrato
Recebimento das ofertas de geração das usinas termelétricas sem contrato e a oferta adicional de geração termelétrica, conforme as Portarias Normativas do MME nº 5/2021, 13/2021 e 17/2021.

Redução de consumo voluntário
O CMSE solicitou à ANEEL a realização de estudos para incentivar os consumidores regulados, a reduzir o consumo de energia elétrica de forma voluntária, alinhado com o programa de resposta voluntária da demanda para grandes consumidores.

Despacho fora da ordem de mérito e importação de energia
Permanece a autorização de geração termelétrica fora da ordem de mérito e importação de energia elétrica sem substituição a partir da Argentina ou do Uruguai, para minimizar o custo total de operação do sistema elétrico.

Expansão da Geração e Transmissão
Em julho de 2021 foi verificada uma expansão de aproximadamente 477 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica e 446 km de linhas de transmissão. No ano todo 2021, a expansão foi de 2.305 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 4.018 km de linhas de transmissão e 13.561 MVA de capacidade de transformação

Energia Natural Afluente

Em julho, a ENA do SIN apresentou valores em torno de 25.229 MW médios, com uma projeção para agosto de 20.189 MW médios.

O mês de agosto está projetado como o pior do histórico desde 1931, assim como foi a pior sequência de setembro de 2020 a agosto de 2021.

Energia Armazenada

O armazenamento do SIN projetado pelo ONS ficou em 29% da capacidade para o mês de agosto, representando o menor valor dos últimos cinco anos.
 

Carga

A Carga do SIN em julho fechou em 65.095 MW médios com projeção de 67.589 MW médios para o mês de agosto, sendo o maior patamar de carga dos últimos cinco anos.

A previsão de agosto de 2021 apresentou um aumento de 2.972 MW médios em relação à carga do mesmo mês em 2020. Isso representa um acréscimo de 4,6%.

2. Destaques da operação eletroenergética

Geração Térmica

Mês de julho com o maior valor de geração térmica média dos últimos cinco anos, totalizando 19.122 MW médios.

Geração Térmica por Tipo de Despacho – Julho/2021

No mês de julho predominou o despacho por Ordem de Mérito (83%) seguido pelo despacho por Garantia Energética (11%) e por Geração das usinas inflexíveis (6%).

Geração Hidráulica

Mês de julho com o menor valor de geração hidráulica média, totalizando 34.853 MW médios, nos últimos cinco anos.

Geração Eólica

Mês de julho com o maior valor de geração eólica média, totalizando 9.212MW médios, nos últimos cinco anos.

Geração Solar Fotovoltaica

Mês de julho com o maior valor de geração solar média nos últimos cinco anos, totalizando 714 MW médios.

3. Leilões de Energia

Leilões de Energia Realizados

23º Leilão de Energia Existente A-4
Data do Leilão: 25/06/2021

Produtos com suprimento de 01/01/2025 até 31/12/2039.

O Leilão negociou contratos de termelétricas a carvão e gás natural, com preço inicial de 318 R$/MWh. As usinas participantes do leilão devem existir ou se comprometerem a entrar em operação comercial de 1º de janeiro de 2025 e prazo de suprimento de 15 anos.

24º Leilão de Energia Existente A-5
Data do Leilão: 25/06/2021

Produtos com suprimento de 01/01/2026 até 31/12/2040.

O Leilão negociou contratos de termelétricas a carvão e gás natural, com preço inicial de 318 R$/MWh. As usinas participantes do leilão devem existir ou se comprometerem a entrar em operação comercial em 1º de janeiro de 2026 e prazo de suprimento de 15 anos.

Resultados

Leilões de energia existente A-4 e A-5 – 25/06/2021

Baixa demanda contratada (162,5 MW médios).

A Petrobras foi a única vendedora, com a UTE Cubatão (GNL), que contratou o total de 162,5 MW médios: A-4 – 98,3 MW médios a 151,15 R$/MWh; A-5 – 64,2 MW médios a 172,39 R$/MWh. Os compradores foram as Distribuidoras Light (46%), Equatorial Maranhão (28%) e Equatorial Pará (26%).

33º Leilão de Energia Nova A-3
Data do Leilão: 08/07/2021

Produtos com início de suprimento em 01/01/2024.

Para empreendimentos hidrelétricos com prazo de suprimento de 30 anos, geração eólica e solar fotovoltaica, prazo de 20 anos e de geração a partir de biomassa com CVU igual a zero ou diferente de zero, prazo de 20 anos.

34º Leilão de Energia Nova A-4
Data do Leilão: 08/07/2021

Produtos com início de suprimento em 01/01/2025.

Para empreendimentos hidrelétricos com prazo de suprimento de 30 anos, geração eólica e solar fotovoltaica, prazo de 20 anos e de geração a partir de biomassa com CVU igual a zero ou diferente de zero, prazo de 20 anos.

Resultados

Leilões de energia nova A-3 e A-4 – 08/07/2021

Baixa demanda contratada (183,3 MW médios).

O leilão contratou o total de 183,3 MW médios: A-3 – 99,0 MW médios a 165,11 R$/MWh; A-4 – 84,3 MW médios a 174,62 R$/MWh. Os compradores foram as Distribuidoras Light (79,12%), Cemar (10,85%) e Celpa (10,04%). Ao todo, foram vendidos no leilão 34,9 MW médios de PCH a um preço médio de 212 R$/MWh, 69,8 MW médios de Eólica a 150,0 R$/MWh, 37,4 MW médios de Solar a 130,0 R$/MWh e 41,2 MW médios de Biomassa a 185,00 R$/MWh.

Leilões de Energia Programados

34º Leilão de Energia Nova A-5
Data do Leilão: 30/09/2021

Produtos com início de suprimento em 01/01/2026.

Para empreendimentos hidrelétricos com prazo de suprimento de 25 anos. Para geração eólica e solar fotovoltaica, prazo de 15. Térmicas com suprimento de 20 anos. Além disso e de tratamento de resíduos sólidos urbanos.

Prazo de suprimento do Leilão de Energia Nova A-5 (30/09)

Leilão de Capacidade
Data do Leilão: dez/2021

Para empreendimentos hidrelétricos e termelétricos, com suprimento por 15 anos.

Os projetos poderão vender 2 tipos de produtos: (i) potência flexível e (ii) potência com inflexibilidade. A venda de energia (inflexibilidade) é condicionada às demandas declaradas pelas distribuidoras, geradores, comercializadoras e consumidores livres.
A portaria com as diretrizes do leilão ainda será divulgada pelo MME.

Leilão de Energia Existente A-1
Data do Leilão: 03/12/2021

Produtos com início de suprimento em 01/01/2022.

Serão negociados Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR) na modalidade por quantidade. Os contratos terão prazo de suprimento de dois anos.

Leilão de Energia Existente A-2
Data do Leilão: 03/12/2021

Produtos com início de suprimento em 01/01/2022.

Serão negociados CCEAR na modalidade por disponibilidade, para energia proveniente de usinas termelétricas a biomassa, a carvão mineral nacional, a gás de processo e a gás natural, e CCEAR por quantidade, para as demais fontes. Os contratos terão prazo de suprimento de dois anos.

4. Atualizações regulatórias

Portarias

Resoluções normativas

Despachos

Decretos

Projetos de Lei e Medidas Provisórias

Consultas Públicas

Audiências Públicas

Tomadas de Subsídios

Cronograma

5. Notícias

COMÉRCIO E SERVIÇOS SEGUEM NA LIDERANÇA DAS MIGRAÇÕES DE CARGAS AO MERCADO LIVRE DE ENERGIA

Os setores de Comércio e Serviços registraram os maiores volumes de migrações para o mercado livre de energia nos doze meses até maio de 2021. Leia mais.

OFERTA DE ENERGIA RENOVÁVEL TERÁ FORTE CONCORRÊNCIA, PREVÊ MERCADO

Os leilões que ocorreram no início de julho marcam forte concorrência entre fontes renováveis (eólica, solar fotovoltaica e hidrelétrica) e termelétricas. Projetos de energia solar e eólica apresentaram o maior número de projetos cadastrados. Leia mais.

GERAÇÃO EÓLICA BATE NOVO RECORDE E ATENDE TODA DEMANDA NO NORDESTE

A energia eólica no Nordeste registrou mais um recorde de geração média em 22/07, sendo capaz de atender toda demanda da região no dia. O ONS identificou a marca inédita de 11.399 MW médios, suficiente para atender a carga do Nordeste durante o dia inteiro pela primeira vez. Leia mais.

RECUPERAÇÃO ECONÔMICA ELEVA PROJEÇÃO DO AUMENTO DA CARGA PARA 2021

Divulgados os dados da 2ª Revisão Quadrimestral da Carga para o Planejamento Anual da Operação Energética (2021-2025), indicando uma expectativa de crescimento de 4,6%. O resultado representa um acréscimo de 1,4% (ou 1 GWmed) em relação ao apontado na projeção anterior (março de 2020), publicada em março de 2021. Leia mais.

PARA ONS, GRANDE CONSUMIDOR PODE ADERIR A REDUÇÃO VOLUNTÁRIA

O ONS estima que 1.500 agentes do setor estão aptos a aderir ao programa de resposta da demanda, do governo federal, para ajudar a aliviar o pico de consumo no sistema em meio à crise no setor elétrico. O programa objetiva deslocar o consumo de energia para fora dos horários de maior demanda, de modo a aliviar o SIN em meio à baixa na geração hidrelétrica. O Brasil enfrenta sua pior seca em 91 anos. Leia mais.

CPAMP DECIDE SOBRE IMPLEMENTAÇÃO DE APRIMORAMENTOS PROPOSTOS NOS MODELOS COMPUTACIONAIS NO CICLO DE ATIVIDADES 2019/2020/2021

Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP) se reuniu nesta (22/7), para aprovação dos aprimoramentos propostos na cadeia de modelos computacionais utilizados pelo setor elétrico. Foram consideradas, na decisão, as contribuições recebidas nas Consultas Públicas MME 109/2021 e 111/2021, que ocorreram nos períodos de 2 de junho a 2 de julho e de 5 a 15 de julho de 2021, respectivamente. Leia mais.

ONS PROPÕE FLEXIBILIZAR LIMITES DE INTERCÂMBIO PARA COMBATER CRISE HÍDRICA, DIZ CIOCCHI

Luiz Carlos Ciocchi, diretor geral do ONS, comenta que benefícios associados à flexibilização dos limites de intercâmbio são maiores que os riscos. São escolhas difíceis, mas estudos foram feitos para embasar as decisões. Se aprovada, medida aumentará o limite de importação de energia do CO-SE, oriunda dos subsistemas Norte e Nordeste. Leia mais.

ONS AVALIA QUE BRASIL NÃO PRECISARÁ DE RACIONAMENTO

O cenário atual não indica a necessidade de racionamento no país, apesar da preocupação decorrente da escassez hídrica no país. Essa é a avaliação do diretor geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi. Segundo ele, o atendimento está assegurado no país, mesmo com a elevação da projeção de consumo apontada na revisão quadrimestral da carga, revelada na noite terça-feira, 27, que indica aumento de 4,6% ante 2020, 1,4 ponto porcentual acima da última versão do documento, datada de março. Leia mais.

COMERCIALIZADORAS DE ENERGIA SINALIZAM CALOTE, COM POTENCIAL PREJUÍZO DE R$ 600 MI, DIZEM FONTES

O mercado de comercialização de energia elétrica vivencia a possibilidade de novos episódios de inadimplência, com potencial de prejuízos da ordem de R$ 600 milhões. Entretanto, empresas afirmam que este cenário não se configura, tendo em vista a volatilidade e dinâmica do mercado. Leia mais.

ONS COMEÇA A RECEBER OFERTAS DE ENERGIA DE TÉRMICAS COM CVU

ONS abriu processo de recebimento das propostas de geração de usinas sem contrato de comercialização de energia elétrica. A medida atende a determinação das Portarias Normativas do MME Nº 13/21, publicada em 2 de junho de 2021 e Nº 05/21, publicada em 5 de abril de 2021 para geração térmica de usinas com CVU de forma excepcional para enfrentamento à crise hídrica. Leia mais.

GOVERNO ELEVA DE R$ 9 BI PARA R$ 13 BI PREVISÃO DE GASTO COM TERMELÉTRICAS; CONSUMIDOR PAGA

Espera-se um gasto 45% maior com termelétricas que a última estimativa de junho do Ministério de Minas e Energia. Este aumento de custos é repassado aos consumidores através das mudanças de bandeira tarifária. Leia mais.

BNDES DEIXA DE FINANCIAR TÉRMICAS A CARVÃO E PODE AMPLIAR LISTA DE EXCLUSÃO

O setor de usinas térmicas a carvão foi incluído formalmente na lista de exclusão de financiamentos do BNDES, independente da tecnologia empregada para a geração. Consequentemente, mineração de carvão também deixa de ser elegível para crédito do banco. Leia mais.

DEMOCRATAS PROPÕEM TAXA DE CARBONO NOS EUA

No mesmo dia em que a União Europeia anunciou sua tributação de carbono a produtos importados que não consideram as emissões de gases de efeito estufa em seus custos (ajuste de fronteira), os EUA mudam de posição em relação ao assunto e anunciam medida semelhante de tributação sobre produtos cujos países não possuam medidas significativas de combate às mudanças climáticas. Leia mais.

TAXA DE CARBONO DA UE TERÁ IMPACTO NO COMÉRCIO GLOBAL

Medida pretende proteger a indústria europeia de produtos baratos, porém vinculados a maiores emissões de gases de efeito estufa. A União Europeia entende que deve haver preços para emissões de carbono em todos os países, em compromisso global com a descarbonização. Leia mais.

HIDROGÊNIO AVANÇA E PLAYERS AGUARDAM REGULAÇÃO NO BRASIL

Apesar de sua origem na indústria química, a utilização de hidrogênio vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões sobre transição energética e descarbonização do setor. É um candidato para substituição do petróleo e do gás natural até 2050. Leia mais.

6. Curiosidades

Cada vez mais as discussões sobre clima permeiam não apenas ambientes acadêmicos e científicos, mas também estão embasando decisões de negócios, de investimento e de consumo. Ao contrário do que muitos pensam, as mudanças climáticas são um fenômeno decorrente da intensificação do efeito estufa, mas eles não são sinônimos.

O efeito estufa é um mecanismo natural de acúmulo de gases na atmosfera e, graças a ele, a temperatura na Terra é mantida estável, permitindo vida como conhecemos. A emissão acentuada de gases de efeito estufa, por ação humana, leva a uma intensificação deste fenômeno, fazendo com que a temperatura média global se eleve. Esse efeito foi chamado por muitos anos de “aquecimento global”, entretanto, o termo mais adequando para este fenômeno é “mudanças climáticas”. A elevação da temperatura média faz com que fenômenos extremos (grande magnitude) aconteçam com maior frequência, tais como: cheias e inundações atípicas, estiagem e secas prolongadas. Além disso, estações quentes estão registrando temperaturas cada vez mais elevadas, ao passo que estações frias registram temperaturas cada vez mais baixas.

Todas essas alterações desequilibram os ecossistemas, correntes marinhas e ciclos hidrológicos, sendo responsáveis por emergências hídricas e, no caso brasileiro, também energética. Vivenciamos hoje o pior cenário hidrológico de um histórico de 91 anos, colocando em risco o abastecimento também elétrico do país. Além disso, recentemente, os Estados Unidos sofreram com ondas intensas de calor e diversas cidades da Alemanha vivenciaram inundações típicas de chuvas tropicais. Neste inverno, foram registrados recordes de temperatura mínima no sul do Brasil e houve inclusive neve.

São fundamentais os esforços para mitigação e adaptação às mudanças climáticas, visto que suas consequências geram inúmeros prejuízos materiais, danos à saúde, perda de vidas humanas e de biodiversidade.