Aspecto Meteorológico

Destaques:

  • Primeira semana de setembro com precipitação restrita à região Sul. Já na segunda metade, regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte foram favorecidas pela chuva, compatível com o início da primavera.
  • A geração eólica foi favorecida na primeira quinzena, batendo recordes.
  • Trimestre outubro/novembro/dezembro com estabilização do período úmido, sendo dezembro o mês mais chuvoso para as bacias do Norte,Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

Durante a primeira metade do mês de setembro a precipitação ficou restrita à região Sul, devido ao avanço de frentes frias e áreas de instabilidades. Já na segunda metade, essas instabilidades migraram para o Sudeste, Centro-Oeste e Norte, favorecendo as chuvas nessas localidades, o que é compatível com o início da primavera. Mesmo assim, ainda houve precipitação na região Sul na segunda quinzena do mês. As temperaturas máximas variaram entre a média e abaixo da média nas regiões Sul e Sudeste e entre a média e acima da média no resto do país. A geração eólica foi favorecida na primeira quinzena, chegando a bater recordes.

O trimestre outubro/novembro/dezembro caracteriza-se pela estabilização do período úmido, sendo dezembro o mês mais chuvoso para as bacias do Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. A temperatura máxima média tende a aumentar nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, com leve declínio na região Norte, e a probabilidade de continuidade do fenômeno La Niña é de 80%. Os modelos climáticos indicam maior probabilidade de chuvas entre a média e abaixo da média para as bacias do Sul e entre a média e acima da média para os subsistemas Norte e Nordeste. A previsibilidade climática do subsistema Sudeste/Centro-Oeste é baixa nessa época do ano e os modelos divergem. Mesmo assim, espera-se a chegada do período úmido em torno da normalidade.

Condições Hidrometeorológicas

Destaques:

  • A média do SIN para o mês de setembro foi a 30ª pior do histórico (de 91 anos), correspondendo a 81% da MLT.
  • Somente a ENA do Sudeste/Centro-Oeste apresentou estimativa de elevação em relação a agosto, passando de 77% (11º pior) para 81% (24º pior).
  • As condições dos armazenamentos para o início da primeira semana operativa para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte são, respectivamente: 51%, 83%, 66% e 75%.

A média do SIN para o mês de setembro foi a 30ª pior do histórico (de 91 anos), correspondendo a 81% da MLT. Somente a ENA do Sudeste/Centro-Oeste apresentou estimativa de elevação em relação a agosto, passando de 77% (11º pior) para 81% (24º pior). As ENAs do Sul, Nordeste e Norte para o final do mês foram estimadas em 81% (24º pior), 86% (42º melhor), 64% (10º pior) e 78% (15º pior), menores, em termos percentuais, que as ENAs do mês anterior.

Uma vez que vivenciamos um período de transição para o úmido, muitas bacias apresentam comportamento de recessão das vazões, como as do São Francisco, Paraná, Iguaçu e Uruguai. A bacia do Paraguai apresenta manutenção das vazões e as bacias do Madeira e Xingu apresentam elevação de vazões. As previsões de ENA mensais indicam as seguintes porcentagens de MLT: 112% para o Sudeste, 58% para o Sul, 69% para o Nordeste e 69% para o Norte, conforme apresentado na Tabela 1:

Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)

As condições dos armazenamentos para o início da primeira semana operativa para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte são, respectivamente: 51%, 83%, 66% e 75%. Dessa forma, o armazenamento inicial de outubro do SIN ficou estimado em 57,19%, enquanto o final está previsto em 52,94%. Além disso, conforme apresentado no último PMO, o modelo SMAP/ONS substituirá, a partir do PMO de Outubro, o modelo Previvaz para as primeira e segunda semanas operativas nos aproveitamentos do Paraíba do Sul, Lajes, Piraí e na UHE Baixo Iguaçu, completando 99,7% de cobertura do SIN pelo modelo de chuva-vazão.

Política Operativa

Destaques:

  • A geração no subsistema Sudeste/Centro-Oeste continuará preservando os armazenamentos, especialmente com o controle de defluências no baixo Paraná e das cotas em Itaipu.
  • No subsistema Nordeste, as disponibilidades energéticas serão exploradas maximizando a exportação para o Sudeste/Centro-Oeste e respeitando as restrições hidráulicas e limites elétricos vigentes.
  • O ONS também anunciou a postergação da representação inicial de MMGD (micro e minigeração distribuída), inicialmente prevista para janeiro de 2023.

Como destaques das medidas operativas, a geração no subsistema SE/CO continuará preservando os armazenamentos, especialmente com o controle de defluências no baixo Paraná e das cotas em Itaipu. A geração no subsistema Norte visa explorar as disponibilidades energéticas e fechamento de ponta, enquanto a geração no Sul será dimensionada em função do atendimento à carga, com prioridade ao atendimento de ponta do sistema. No subsistema Nordeste, as disponibilidades energéticas serão exploradas maximizando a exportação para o Sudeste/Centro-Oeste e respeitando as restrições hidráulicas e limites elétricos vigentes. Durante o mês de outubro, o CMSE continuará acompanhando as condições do SIN.

No dia 03 de outubro ocorrerá o início do processo de exportação de energia vertida turbinável, conforme a Portaria Normativa nº 49/2022 (MME), e, no dia 10, será retomado o processo de Resposta da Demanda na programação diária, conforme a Resolução Normativa ANEEL nº 1.040/2022. O ONS também anunciou a postergação da representação inicial de MMGD (micro e minigeração distribuída), inicialmente prevista para janeiro de 2023. Os detalhes do novo cronograma serão apresentados na reunião do Grupo de Trabalho, que ocorrerá no dia 04 de outubro.

Restrições Operativas de Destaque

A usina de Três Marias possui restrições de defluência mínima de 450 m³/s até o final de novembro e de defluência máxima de máxima de 500 m³/s ao longo do mês de novembro. A usina de Sobradinho segue com defluência mínima de 800 m³/s, enquanto Xingó mantém as restrições de vazão mínima de 1.100 m³/s e máxima de 8.000 m³/s até final de novembro. Serra da Mesa, no rio Tocantins, também conta com restrição de vazão mínima (até final de novembro) de 300 m³/s. Porto Primavera e Jupiá, no rio Paraná, possuem respectivamente restrição de vazão mínima de 3.900 m³/s (até final de outubro) e 3.300 m³/s (até final de setembro).

Desde o PMO de Junho, está sendo utilizada a Curva de Deplecionamento da UHE Tucuruí referente ao ano de 2022, pois a UHE corresponde a restrições estruturais para a modelagem do SIN. Além disso, Tucuruí apresenta também restrições elétricas de geração mínima, assim como Itaipu. Durante o ano de 2022, está sendo utilizado o Hidrograma B da UHE Belo Monte. Além disso, a entrada em operação das usinas hidrelétricas em expansão Curuá-Una compõe configuração parcial para outubro e sua última máquina está prevista para entrada em operação em novembro.

Despacho Térmico

Destaques:

  • Mês de agosto e setembro com aumento da geração térmica.
  • Não é necessário importar energia da Argentina e Uruguai desde março e, desde maio, o Brasil vem exportando geração térmica para outros países.
  • Para outubro, destaca-se disponibilidade média térmica prevista de cerca de 19 GW, de uma capacidade instalada de 24 GW.

O mês de agosto e setembro apresentaram um aumento da geração térmica, passando de 2,6 GWmed em julho para 4,8 GWmed em agosto e 4,2 GWmed em setembro, devido a maior geração inflexível. A geração fora da ordem de mérito se mantém zero desde o mês de maio. Não é necessário importar energia da Argentina e Uruguai desde março e, desde maio, o Brasil vem exportando geração térmica para outros países.

Para o mês de outubro, destaca-se uma disponibilidade média térmica prevista de cerca de 19 GW, de uma capacidade instalada de 24 GW. Não houve despacho das usinas térmicas a GNL para as próximas semanas operativas de outubro, mas a UTE Santa Cruz Nova gerará fora do controle do ONS (inflexibilidade) por conta do comissionamento a quente do ciclo combinando até 10 de dezembro.

Projeções de Carga

Para outubro de 2022, são previstas as seguintes taxas de variação em relação ao mesmo mês do ano anterior: +4,5% (crescimento) para o subsistema SE/CO, +4,6% (crescimento) para o Sul, -4,2% (decrescimento) para o Nordeste e 14,3% (crescimento) para o Norte. Para os meses de outubro e novembro, a carga do SIN projetada ficou em 71.476 e 72.181 MWmed, com taxas de +3,9% (crescimento) e de +2,6% (crescimento) em relação aos mesmos meses de 2021.