Na primeira semana de setembro, a precipitação restringiu-se ao norte do país, além dos litorais das regiões Sul e Sudeste, atingindo apenas o trecho baixo da bacia do rio Xingu. Nas outras três semanas, o avanço de sistemas frontais e a atuação de áreas de instabilidade na região Sul e Sudeste provocou precipitação de forma moderada a forte nas bacias do rio Jacuí, Uruguai e Iguaçu, além de pontos da bacia do Paranapanema e da incremental da UHE Itaipu. Dessa forma, as bacias do Sul terminaram o mês com precipitação próxima à da média histórica. As outras bacias de interesse permaneceram com a condição de estiagem.

Os campos de temperatura da superfície do mar (TSM) do Oceano Pacífico se mantém com águas mais frias, no limiar da caracterização de um fenômeno de La Niña. Há indícios, embora prematuros, de que essa La Niña deva ser de fraca intensidade, com anomalias de -0,5ºC e -1ºC. De acordo com os centros internacionais, há uma probabilidade de ocorrência de mais de 60% desse fenômeno nos meses de primavera e verão. Cabe destacar que, no caso do Brasil, os efeitos da La Niña, dentre os meses de Out-Nov-Dez, se caracterizam por chuvas abaixo da média nas bacias do Jacuí, Uruguai e Paraná.

De acordo com os modelos climatológicos, o trimestre Out-Nov-Dez deve registrar chuva abaixo da média na região Sul, em especial as bacias do Jacuí, Uruguai, Iguaçu e Grande, além de chuva acima da média na região centro-norte do Brasil, como as bacias do Madeira, Tocantins e São Francisco. Já no trimestre de Dez-Jan-Fev, a área com chuva média é menor, não abrangendo toda a bacia do São Francisco e Tocantins, mas, em contrapartida, os índices de precipitação permanecem acima da média nestas áreas.

Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)

Condições Hidrometeorológicas

A média do SIN para o mês de setembro foi a 7º pior do histórico, com uma média de 63% da MLT. No Sudeste, foi a 2º pior ENA do histórico. Destaca-se que a ENA do SIN, entre o período de maio a setembro de 2021, também foi a pior registrada do histórico.

Sobre as condições dos armazenamentos para o início da semana operativa, os subsistemas Sudeste, Sul, Nordeste e Norte apresentaram respectivamente 18,4%, 30,9%, 42,2% e 62,9% de armazenamento. Dessa forma, o armazenamento do SIN ficou em 25,7%.

Política Operativa

Como destaques das medidas operativas, temos a política de preservação do armazenamento do subsistema SE/CO através da minimização da geração da bacia do rio Paraná e exploração do intercâmbio Norte-Sudeste, Norte-Nordeste e de recebimento do Sul.

A política operativa na bacia do rio Paraná, por decisão do CREG em 31/08 e solicitada pelo ONS, constitui-se na flexibilização dos níveis mínimos operativos dos reservatórios dessa bacia. Essa flexibilização corresponde à exploração desses reservatórios até o limite físico de exploração energética.

Dadas as condições hidrológicas desfavoráveis, o CMSE continuará acompanhando as condições do SIN ao longo de setembro.

Restrições Operativas

Apenas para o mês de outubro, as defluências mínimas de Porto Primavera e Jupiá passam para 3.900 m³/s e 3.700 m³/s, respectivamente. A partir de novembro, as defluências retornam aos valores padrão de 4.600m³/s e 4.000m³/s.

Na bacia do São Francisco, a UHE Xingó terá alteração na defluência máxima para 2.500 m³/s até 30/11. No caso da UHE de Três Marias, as defluências mínimas ficarão estabelecidas em 400 m³/s e máximas em 650 m³/s até 30/11, voltando a uma defluência mínima de 150 m³/s a partir de dezembro, sem limite de defluência máxima.

Para flexibilização dos níveis mínimos operativos de Ilha Solteira e Três Irmãos, mantém-se a cota de ambos a 323m em outubro. Já em novembro, considera-se uma cota de 319m para Ilha Solteira e 319,77m para Três Irmãos. Em dezembro, está previsto o retorno de ambas para a cota de 325,4m.

Despacho Térmico

O mês de setembro contou com uma disponibilidade média de 13GW de térmicas, despachadas por mérito ou por inflexibilidade. Além disso, contou com importação de energia da Argentina e Uruguai. Em relação à geração termelétrica, as três usinas a GNL receberam indicação de despacho antecipado por ordem de mérito de custo.

Projeções de Carga

Para os meses de outubro e novembro, a carga do SIN projetada ficou em 71.880 e 71.723 MWmed, um crescimento de 0,9% e 2,9% em relação aos mesmos meses de 2020.