No mês de outubro, as maiores precipitações, em termos de volumes totais, ocorreram na bacia do rio Paraná, exceto na sub-bacia do rio Tietê, apresentando totais abaixo da média histórica. Em termos gerais, as precipitações de destaque ocorreram na região Norte e no São Francisco. Nas demais bacias de interesse do SIN, a precipitação foi abaixo da média.
A passagem de uma frente fria pelos estados da região Sul e litoral de São Paulo ocasionou chuva fraca nas bacias do subsistema Sul, além de pontos da bacia do rio Paranapanema e na incremental de Itaipu.
Para o trimestre novembro-dezembro-janeiro, os modelos climáticos disponíveis indicam maior probabilidade de precipitação entre a média e abaixo da média para as bacias do Sul e para a bacia do rio Paranapanema.
Para a próxima semana operativa, as bacias da região Sudeste/Centro-Oeste permanecem apresentando precipitação próximos à média semanal. Há também precipitação prevista para a região Sul em função de áreas de instabilidade sobre a região, embora inferiores à média semanal. Se forem comparados com as precipitações da última semana de outubro, há recessão das afluências nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, porém, há uma ascensão das afluências nos subsistemas Norte e Nordeste. A previsão mensal para o mês de novembro indica afluências acima da média histórica para os subsistemas Sudeste e Norte e abaixo da média histórica para os demais subsistemas.
Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)
[1] O Programa Mensal da Operação (PMO) é elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) visando o planejamento da operação energética em base mensal, apresentando as projeções de curto prazo e médio prazo, contando com a participação dos agentes.
Condições Hidrometeorológicas
A ENA do SIN para o mês de outubro foi a 39º pior do histórico, com uma média de 93% da MLT. No Sudeste, foi a 38º melhor ENA do histórico, com 101% da MLT. Destaca-se que, embora ocorrida uma destacável melhora da ENA do SIN no mês de outubro, entre o período de maio de 2021 a outubro de 2021 foi a pior ENA registrada do histórico (65% da MLT).
Sobre as condições dos armazenamentos para o início da semana operativa, os subsistemas Sudeste, Sul, Nordeste e Norte apresentaram respectivamente 18,0%, 50,2%, 36,4% e 47,3% de armazenamento. Dessa forma, o armazenamento do SIN ficou em 25%.
Política Operativa
Como destaques das medidas operativas, temos a política de preservação do armazenamento do subsistema SE/CO através da minimização da geração da bacia do rio Paraná e exploração do intercâmbio Norte-Sudeste e Norte-Nordeste.
Embora as projeções das chuvas no curto-prazo tenham melhorado, as condições hidrológicas em parte continuam desfavoráveis, logo o CMSE continuará acompanhando as condições do SIN ao longo de novembro.
Restrições Operativas de destaque
Neste PMO, foram definidas as curvas de segurança para os reservatórios de Três Marias e Sobradinho para o ano hidrológico de 2021/2022. A construção da curva, baseada na Resolução ANA 2.081/2017, define um volume meta mínimo de 30% e 20% em novembro do ano seguinte, para os reservatórios de Três Marias e Sobradinho, respectivamente. Como principal premissa para os estudos encaminhados à ANA, o ONS considerou para cada início de mês um horizonte final de seis meses à frente, de modo que foram adotadas as séries mais críticas de cada mês em diante, e estabelecida a curva.
Para a UHE Xingó, a defluência máxima ficou definida em 2.500 m³/s até 30/11/2021 e 950 m³/s de 01/12 a 31/12/2021. Para a UHE Três Marias, a defluência mínima ficou em 400 m³/s até final de novembro e 150 m³/s durante o mês de dezembro de 2021. Sua defluência máxima ficou em 650 m³/s em novembro e 200 m³/s em dezembro.
Para o mês de novembro até o final de fevereiro, as defluências mínimas de Porto Primavera e Jupiá passam para 3.300 m³/s e 3.600 m³/s.
Despacho térmico
Para o mês de novembro, destaca-se uma disponibilidade térmica prevista de cerca de 18,6 GW, de uma capacidade instalada de cerca de 23 GW. Em relação às usinas a GNL despachadas antecipadamente, as três estão comandadas a serem despachadas por Garantia Energética a partir da semana operativa que se inicia no dia 11 de dezembro, exceto pela UTE Luiz O. R. Melo que já estava comandada para esse tipo de despacho desde a semana do dia 27 de novembro.
Projeções de carga
As projeções para o mês de novembro/2021 consideraram a permanência do setor industrial em expansão, apesar das pressões de custo, desemprego e instabilidades político-econômicas. O desempenho da carga tem sido bastante influenciado pela reabertura econômica proveniente do avanço da vacinação. Esses fatores têm provocado melhora no setor de serviços.
Para a próxima semana operativa, há sinalização da manutenção de temperaturas amenas em diversas capitais do Brasil, como Florianópolis, Curitiba e São Paulo, e mais elevadas em Porto Alegre, Rio de Janeiro e capitais do Nordeste e Norte. Há previsão de precipitação em todos os dias da próxima semana operativa em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de Manaus e Belém.
Para os meses de novembro e dezembro, a carga do SIN projetada ficou em 70.690 e 70.753 MWmed, um crescimento de 1,4% e -0,4% em relação aos mesmos meses de 2020.