Aspecto Meteorológico
Durante o mês de maio, bacias relevantes da região Sul, como Jacuí e Uruguai, receberam chuvas acima da média histórica, enquanto no resto do país as precipitações foram abaixo da média. Por conta de um sistema de baixa pressão e passagens de frentes frias, as temperaturas máximas variaram entre a média e abaixo da média para o Sul, Sudeste, Centro-Oeste e partes da região Norte. No Nordeste, as temperaturas foram entre a média e acima da média. Ao final do mês, as gerações eólica e solar foram desfavorecidas na região.
Para as próximas semanas operativas, espera-se que a região Sul e parte do Sudeste recebam chuvas, especialmente nas bacias do Jacuí, Uruguai, Iguaçu, Paranapanema, Tietê e Incremental Itaipu. Região Norte pode receber pancadas isoladas de chuvas.
O trimestre junho/julho/agosto costuma ser mais seco nas principais bacias do SIN, exceto no subsistema Sul, onde chuvas são mais frequentes, decorrentes das frentes frias. Espera-se que a geração eólica aumente com a intensificação da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). O La Niña segue caracterizado, com o resfriamento das águas do oceano Pacífico, e deve continuar pelos próximos meses, podendo diminuir de intensidade durante o inverno e aumentar durante a primavera. A previsibilidade do fenômeno é, contudo, baixa nessa época do ano.
Condições Hidrometeorológicas
A média do SIN para o mês de maio foi a 18ª pior do histórico, correspondendo a 83% da MLT. Nordeste apresentou queda de 62% da MLT em maio para 52% em maio (10º pior do histórico). A região Norte apresentou ENA de 82%, enquanto Sudeste/Centro-Oeste apresentou a 4ª pior ENA (66%) e Sul apresentou a 12ª melhor (189%).
Espera-se um aumento das afluências no subsistema Sul, graças às expectativas de chuva na região, enquanto os subsistemas Sudeste e Norte devem apresentar recessão hidrológica. A previsão para o Nordeste é de estabilidade das vazões. Assim, com exceção do Sul acima da média, todos os subsistemas devem apresentar afluências abaixo da média histórica.
As previsões de ENA mensais indicam as seguintes porcentagens de MLT: 72% para o Sudeste, 190% para o Sul (acima da média), 63% para o Nordeste e 76% para o Norte, conforme apresentado na Tabela 1:
Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)
Sobre as condições dos armazenamentos para o início da semana operativa, os subsistemas Sudeste, Sul, Nordeste e Norte apresentaram, respectivamente, 66,4%, 87,6%, 94,7% e 99,3% de armazenamento. Dessa forma, o armazenamento do SIN ficou em 74,6%.
Política Operativa
Como destaques das medidas operativas, a geração no subsistema SE/CO se dá objetivando a preservação dos armazenamentos, especialmente com o controle de defluências na parte baixa do rio Paraná e das cotas em Itaipu. No subsistema Norte e Nordeste, exploram-se as disponibilidades energéticas, respeitando as restrições hidráulicas e limites elétricos vigentes no Nordeste para maximizar a exportação para o SE/CO. No Sul, a geração ocorre de acordo com os condicionantes hidráulicos, evitando e minimizando os vertimentos.
Neste PMO, entra em operação o Módulo de Propagação de Vazões (MPV), em substituição ao CPINS como modelo de propagação das vazões previstas e observadas na UHE Sobradinho, na bacia do São Francisco. A partir do PMO de julho, será utilizado a versão atualizada do aplicativo SMAP/ONS. O CMSE continuará acompanhando as condições do SIN ao longo de junho.
Restrições Operativas de Destaque
O Projeto de Integração do Rio São Francisco exige uma vazão firme disponível para bombeamento na UHE Itaparica de 26,4 m³/s a partir de janeiro de 2023. Em junho, essa restrição será de 5,42 m³/s e entre julho e dezembro de 2022 de 3,98 m³/s.
A usina de Três Marias possui restrições com validade até final de junho para defluência mínima de 540 m³/s, passando para 450 m³/s durante o mês de julho. A usina de Sobradinho segue com defluência mínima de 800 m³/s, enquanto Xingó mantém as restrições de vazão de 1.100 m³/s e máxima de 8.000 m³/s até final de julho.
Serra da Mesa, no rio Tocantins, também conta com restrições de vazões mínima (100 m³/s até final de maio, 300 m³/s durante julho) e máxima (300 m³/s entre 10 de junho e 31 de julho). A UHE Peixe Angical, também apresenta limites máximo (650 m³/s) e mínimo (45 m³/s) entre 10 de junho e 20 de agosto, por conta da temporada de praias no rio Tocantins.
Porto Primavera e Jupiá, no rio Paraná, possuem restrição de vazão mínima de 3.600 m³/s e 3.000 m³/s, respectivamente, até final de junho. Essas vazões aumentam para 3.900 e 3.300 durante os meses de julho a outubro.
Um destaque importante deste PMO é a modelagem da UTE Cuiabá (Mário Covas), pertencente à Âmbar Energia, em substituição temporária às 4 usinas vencedoras do Procedimento Competitivo Simplificado de 2021 (PCS). A ANEEL decidiu reconhecer seu pedido, permitindo cautelarmente que suas obrigações assumidas no Procedimento Competitivo Simplificado de 2021 (PCS) sejam atendidas pela UTE Mário Covas. Assim, todas as condições operativas da UTE devem ser estabelecidas comercialmente e ser perfeitamente equivalentes à operação conjunta das usinas originalmente ofertadas no PCS. O CVU da usina deverá ser de 616,03 R$/MWh e devem ser mantidos os índices de atualização originais. A CCEE realizará a contabilização e liquidação do Contrato de Energia de Reserva.
Despacho Térmico
Desde o final de 2021, a geração térmica total no SIN vem caindo, saltando de 21,5 GWmed em outubro de 2021 para 5 GWmed em maio de 2022. A geração fora da ordem de mérito também caiu consideravelmente, sendo quase 9 GWmed em outubro e chegando a zero em maio, especialmente por conta dos níveis de armazenamento. Não tem sido importada energia da Argentina e Uruguai desde março. Para o mês de junho, destaca-se uma disponibilidade térmica prevista de cerca de 17,5 GW, de uma capacidade instalada de 23 GW. Não houve despacho das usinas térmicas a GNL para as próximas semanas operativas.
Projeções de carga
Para junho de 2022, são previstas as seguintes taxas de crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior: 0,1% para o subsistema SE/CO, 0,3% para o Sul, 3,0% para o Nordeste e 1,5% para o Norte. Para os meses de junho e julho, a carga do SIN projetada ficou em 67.218 e 66.775 MWmed, um crescimento de 0,7% e 2,0% em relação aos mesmos meses de 2021.