Aspecto Meteorológico

Destaques

  • Chuva por todas as bacias do SIN no mês de dezembro, ao mesmo tempo em que as gerações solar e eólica foram desfavorecidas;
  • Temperaturas máximas entre a média e abaixo da média em diversas capitais;
  • O período de chuvas continua na região Sudeste/Centro-Oeste durante o trimestre janeiro/fevereiro/março, assim como as elevadas temperaturas máximas na maior parte do país.

O avanço de frentes frias durante quase todo o mês de dezembro sobre as regiões Sul e Sudeste, a configuração de um sistema de baixa pressão no interior do Brasil e a ocorrência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) favoreceram eventos de chuva por todas as bacias do SIN, ao mesmo tempo em que desfavoreceram as gerações eólica e solar. A nebulosidade e a precipitação levaram a temperaturas máximas entre a média e abaixo da média em diversas capitais. Historicamente, o período de chuvas continua na região Sudeste/Centro-Oeste durante o trimestre janeiro/fevereiro/março, assim como as elevadas temperaturas máximas na maior parte do país.  Os modelos indicam probabilidades iguais de persistência do fenômeno La Niña e neutralidade nesse trimestre.

Condições Hidrometeorológicas

Destaques

  • Aumento de todas as ENAS em dezembro em relação ao mês anterior;
  • As previsões de ENA para janeiro indicam as seguintes porcentagens de MLT: 116% para o Sudeste, 83% para o Sul, 104% para o Nordeste e 157% para o Norte.

O fechamento de dezembro previsto pelo PMO é de 45ª pior ENA do histórico para o SIN, correspondendo a 99% da MLT. Em relação ao mês anterior, todas as ENAS, em temos de porcentagem da MLT, aumentaram: Sudeste/Centro-Oeste com 95%, Nordeste com 94%, Norte com 145% e Sul com 108%. Espera-se uma continuidade nas precipitações por grande parte das bacias do SIN, desde as bacias do Sul e do Paraná até as bacias do Norte e Nordeste, favorecendo a elevação das vazões. Vazões no rio São Francisco devem se manter estáveis apesar das chuvas e espera-se uma recessão nas vazões do Tocantins.

As previsões de ENA mensais iniciais para janeiro indicam as seguintes porcentagens de MLT: 116% para o Sudeste, 83% para o Sul, 104% para o Nordeste e 157% para o Norte, conforme apresentado na Tabela 1:

Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)

As condições dos armazenamentos para o início da primeira semana operativa para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte são, respectivamente: 51,9%, 82,6%, 65,1% e 58,4%. Dessa forma, o armazenamento inicial de janeiro do SIN ficou estimado em 56,71%, enquanto o final está previsto em 69,8%.

Política Operativa

A política operativa de janeiro terá como objetivo a preservação dos armazenamentos das usinas de cabeceira no SE/CO, com operação especial para limpeza de macrófitas (algas) a jusante da UHE Três Irmãos. Nos subsistemas Norte e Nordeste serão exploradas as disponibilidades energéticas, respeitando-se limites elétricos e restrições hidráulicas do Nordeste. Os subsistemas Norte e Sul serão utilizados para fechamento de ponta.

Restrições Operativas de Destaque

Destaques

  • As Condições de Operação para os Aproveitamentos Hidrelétricos do Sistema Hídrico do Rio Paranapanema, apresentadas no PMO de novembro, serão adotadas de maneira conjunta pelo ONS e CCEE a partir do PMO de janeiro de 2023;
  • A partir deste PMO, será considerada a Curva de Representação dos Condicionantes Hidráulicos da bacia do São Francisco (UHE Xingó) nos modelos eletroenergéticos, conforme apresentado no PMO de dezembro.

A usina de Três Marias possui restrições de defluência mínima de 300 m³/s até o final de janeiro e de defluência mínima de 150 m³/s a partir de fevereiro. A usina de Sobradinho segue com defluência mínima de 800 m³/s e máxima de 8.000 m³/s, enquanto Xingó possui restrições de vazão mínima de 1.100 m³/s e máxima de 2.600 m³/s até final de fevereiro (diretriz operativa – Curva de Representação de Condicionantes Hidráulicos). Serra da Mesa, no rio Tocantins, também conta com restrição de vazão mínima de 100 m³/s (até maio).

As Condições de Operação para os Aproveitamentos Hidrelétricos do Sistema Hídrico do Rio Paranapanema, apresentadas no PMO de novembro, serão adotadas de maneira conjunta pelo ONS e CCEE a partir do PMO de janeiro de 2023. A Res. ANA 132/22 define 4 faixas de operação para os reservatórios das UHEs Jurumirim, Chavantes e Capivara (normal, atenção, alerta e restrição). Além disso, também serão incorporadas as restrições hidráulicas com faixas operativas para os reservatórios da bacia do Paraná (incluindo Paranaíba e Grande) no cálculo do PLD. Os Planos de Contingência definem vazões máximas para as usinas de Furnas, Mascarenhas de Moraes, Emborcação e Itumbiara, e vazões mínimas para Jupiá e Porto Primavera.

O ONS performará uma ação especial de limpeza com liberação de pulsos de água a jusante da UHE Ilha Solteira, para remoção de plantas aquáticas, com estimativa de 12 dias a partir do dia 04 de janeiro. A partir deste PMO, será considerada a Curva de Representação dos Condicionantes Hidráulicos da bacia do São Francisco (UHE Xingó) nos modelos eletroenergéticos, conforme apresentado no PMO de dezembro. Além disso, Tucuruí apresenta também restrições elétricas de geração mínima, assim como Itaipu.  Durante o ano de 2023, será utilizado o Hidrograma B da UHE Belo Monte. O ONS também informou que o ano de 2021 foi incorporado ao histórico oficial de vazões. Assim, os valores de MLT e ENA foram atualizados e foram considerados a partir deste PMO. Foram apresentados os Aprimoramentos Metodológicos do CPAMP Ciclo 2021-2022 e as atualizações para o Planejamento Anual da Operação Energética Ciclo 2023: alteração do custo de déficit de energia em patamar único (8.103,95 R$/MWh), penalidade de outros usos da água (8.112,95 R$/MWh), histórico atualizado (1931 a 2021), dados cadastrais de UHEs e UTEs, entre outros.

Despacho Térmico

Destaques

  • Geração térmica diminuindo desde outubro, agora resumidas às usinas inflexíveis (não houve despacho na ordem de mérito).
  • Não é necessário importar energia da Argentina e Uruguai desde março e, desde maio, o Brasil vem exportando geração térmica para outros países.
  • Para janeiro, destaca-se uma disponibilidade média térmica prevista de cerca de 19,4 GW, de uma capacidade instalada de 24 GW.

Desde outubro, a geração térmica total vem diminuindo, totalizando 2,5 GWmed em dezembro, resumidas às usinas inflexíveis (não houve despacho na ordem de mérito). A geração fora da ordem de mérito se mantém zero desde o mês de maio. Não é necessário importar energia da Argentina e Uruguai desde março e, desde maio, o Brasil vem exportando geração térmica para outros países.  Para o mês de janeiro, destaca-se uma disponibilidade média térmica prevista de cerca de 19,4 GW, de uma capacidade instalada de 24 GW. Não houve despacho das usinas térmicas a GNL para as próximas semanas operativas de janeiro, mas a UTE Santa Cruz Nova gerará fora do controle do ONS (inflexibilidade) por conta do comissionamento a quente do ciclo combinado até 13 de janeiro e de 21 a 21 de janeiro, conforme declaração do agente.

Projeções de Carga

Para janeiro de 2023, são previstas as seguintes taxas de variação em relação ao mesmo mês de 2022: 1% (crescimento) para o subsistema SE/CO, -3,8% (decrescimento) para o Sul, 3,1% (crescimento) para o Nordeste e 15,5% (crescimento) para o Norte. Para os meses de janeiro e fevereiro, a carga do SIN projetada ficou em 73.353 e 75.258 MWmed, com taxas de 1,6% (crescimento) e de 1,2% (crescimento) em relação aos mesmos meses de 2022.