No mês de novembro, foram observadas maiores precipitações, em termos de volumes totais, nas bacias do rio Tocantins, Xingu e Paranaíba, apresentando totais superiores à média histórica. Nas demais bacias de interesse do SIN, a precipitação foi abaixo da média histórica.
Para a próxima semana operativa, há previsão de chuva em pontos isolados da região Sudeste e totais elevados nas bacias dos rios Paranaíba, Tocantins, Madeira e São Francisco. As outras bacias de interesse do SIN apresentam valores previstos próximos à média semanal.
Os modelos climáticos disponíveis indicam, como cenário mais provável para dezembro-janeiro-fevereiro, precipitação na média e abaixo da média para as bacias do Sul. Esse trimestre é caracterizado pela elevação das chuvas nas bacias das regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
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Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)
Condições Hidrometeorológicas
A média do SIN para o mês de novembro foi o 44º pior do histórico, com uma média de 95% da MLT. Já no Sudeste, foi a 40º melhor ENA do histórico, com 98% da MLT. Destaca-se que, embora mantida uma ENA próxima da média de longo termo, o período entre maio e novembro de 2021 registrou a pior ENA do histórico, com uma média de 69% para esse período.
Sobre as condições dos armazenamentos para o início da semana operativa, os subsistemas Sudeste, Sul, Nordeste e Norte apresentaram, respectivamente, 19,3%, 55,2%, 36,9% e 34,5% de armazenamento. Dessa forma, o armazenamento do SIN ficou em 25,7%.
Política Operativa
Como destaques das medidas operativas, temos a política de preservação do armazenamento do subsistema SE/CO através da minimização da geração da bacia do rio Paraná e exploração do intercâmbio Norte-Sudeste e Norte-Nordeste. Dadas as condições hidrológicas desfavoráveis, o CMSE continuará acompanhando as condições do SIN ao longo de dezembro.
Restrições Operativas de destaque
Destaca-se a permanência da política operativa do ONS visando a preservação dos armazenamentos e o término da flexibilização dos limites elétricos visando a redução do risco operacional (retorno ao critério de segurança N-2).
Em relação à modelagem das restrições do rio São Francisco, levando em consideração a Resolução ANA nº 2.081/2017 e as decisões deliberadas na última Reunião do Grupo de Acompanhamento da Operação da Bacia do Rio São Francisco, definiu-se as premissas de dezembro e janeiro de 2022 para as principais usinas desse rio.
Para a UHE Três Marias, considerou-se uma defluência máxima de 250 m³/s em dezembro e 350 m³/s em janeiro de 2022. Para Itaparica, Moxotó e Xingó, as defluências máximas ficaram definidas em 1000 m³/s para dezembro e 900 m³/s em janeiro de 2022.
Para as UHEs de Furnas e Mascarenhas de Moraes, em atendimento à Resolução ANA nº 110/2021, definiu-se a defluência máxima de ambas para 300 m³/s até abril de 2022.
Para as UHEs Emborcação e Itumbiara, em função do proposto pela Resolução ANA nº 70/2021, ficou definida uma defluência máxima de 140 m³/s para Emborcação e 490 m³/s para Itumbiara, ambas até abril de 2022.
Para o ano de 2022, ficou definido o uso do Hidrograma A da UHE Belo Monte.
Despacho térmico
Para o mês de novembro, destaca-se uma disponibilidade térmica prevista de cerca de 18,7 GW, de uma capacidade instalada de cerca de 23 GW. Em relação às usinas a GNL despachadas antecipadamente, as três estão comandadas a serem despachadas por Garantia Energética a partir da semana operativa que se inicia no dia 29 de janeiro até o dia 04 de fevereiro.
Em 12 de novembro, o ONS apresentou, em reunião do CMSE, proposta para iniciar uma gradativa redução do despacho fora da ordem de mérito, cujo objetivo é reduzir os encargos do sistema elétrico. Essa decisão foi considerada viável em função do início do período úmido e da melhora, em curto prazo, das vazões de bacias de destaque, especialmente as bacias do Paraná, Tocantins e São Francisco, além da expectativa de demanda ser mantida em níveis mais baixos que o normal para esse período do ano. Cabe ressaltar que essa diretriz será analisada semanalmente nas reuniões do CMSE.
Projeções de Carga
As previsões de carga para dezembro de 2022 levaram em consideração a expectativa de temperatura inferiores às ocorridas no mesmo mês do ano anterior, especialmente nos submercados Sul e Sudeste. Embora ainda haja confiança na indústria, mantendo-se em níveis acima dos níveis pré-pandemia, a escassez de matéria-prima e pressão sobre os preços estão impactando o desempenho do setor.
Para os meses de dezembro e janeiro, a carga do SIN projetada ficou em 70.673 e 73.652 MWmed, um crescimento de -0,5% e 1,8% em relação aos mesmos meses de 2020/2021.