Nesta sexta-feira (30/06), foi realizado o primeiro Leilão de Transmissão de 2023, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e demais agentes do setor elétrico. O certame contou com 7 vencedores que arremataram os 9 lotes ofertados.
A licitação da concessão de serviços públicos de transmissão de energia prevê que as concessionárias construam, operem e mantenham seus respectivos lotes, tendo em vista um prazo para implantação variando entre 33 a 66 meses.
Com a finalidade de viabilizar o escoamento da geração de energia renovável do Nordeste para o submercado consumidor do Sudeste, 6.184 quilômetros de linhas e 400MVA de capacidade de transformação de subestações compuseram os 33 empreendimentos. O edital do leilão previa uma Receita Anual Permitida (RAP) de aproximadamente R$ 2,6 bilhões. No entanto, o deságio médio de visto na RAP média ofertada pelos vencedores foi de 50,97%.
A concessão do lote 1, um dos maiores do leilão, e do lote 8 foi arrematada pelo consórcio Gênesis, formado pelas empresas Entec e The Best Car Transporte de Cargas. A RAP oferecida pelo grupo foi de R$ 174 milhões e R$ 19 milhões, respectivamente. Espera-se investimentos na ordem de R$ 3 bilhões para o lote 1, cujos ativos percorrem os estados da Bahia e Minas Gerais, enquanto para o lote 8, em Recife, o investimento foi avaliado da ordem de R$ 260 milhões.
Demais proponentes habilitadas a esses lotes incluem a Eletrobras, Engie Brasil e Rialma Administração e Participação, desbancada na disputa pelo lote 8 por viva a voz, medida adotada para investidores com propostas divergindo menos de 5%.
Em contrapartida, o maior lote do certame foi arrematado pela Rialma, por uma RAP de R$ 347,8 milhões, contemplando deságio de 51%. Com 1.614 quilômetros de linhas, também a serem construídos nos estados de Minas Gerais e Bahia, o lote 2 prevê aproximadamente R$ 4,3 bilhões de investimentos
O lote 3, também disputado pela Eletrobras, foi concedido à Cymi por uma RAP de R$ 70,9 milhões, um deságio de 52,1% e investimento em torno de R4 921 milhões para um total 349 quilômetros de linha.
Grandes empresas do setor, como a Eletrobras por meio da Furnas Centrais Elétricas e a ENGIE Brasil, venceram os Lotes 4 e 5, respectivamente. Pelo lote 4 foi oferecido uma receita anual permitida de R$ 68,7 milhões, correspondendo a um deságio de 45,8% ante a RAP máxima e para os 1.000 quilômetros de linhas entre Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, a ENGIE arrematou por R$ 249 milhões, um deságio de 42,8%.
Após envio de 13 envelopes, dentre elas a Isa Cteep, Rialma, Engie, EDP Brasil, Taesa e a Energisa para arremate do lote 6, a Celeo Redes Brasil venceu após ofertar RAP de R$ 99,8 milhões por 714 quilômetros de linhas. Estão previstos investimentos da ordem de R$ 2 bilhões e o ativo percorrerá os estados da Bahia e Sergipe.
Por fim, os lotes 7 e 9 foram concedidos a Isa Cteep, compostos por 1.044 quilômetros de linha e uma subestação de 400 MVA, respectivamente. A transmissora colombiana arrematou as linhas por R$ 219 milhões de RAP e R$ 7,46 milhões para reforçar a subestação visando o escoamento do excedente da geração a biomassa e fotovoltaica.