A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) publicou, recentemente, o seu Gas Market Report referente ao 1º trimestre de 2023 (Gas Market Report, Q1-2023), que inclui também os principais destaques de 2022, as expectativas para 2023 e um capítulo sobre emissões de gases de efeito estufa. A IEA é a autoridade global de energia e elabora regularmente relatórios, análises e bancos de dado referentes aos combustíveis e fontes de energia.

Apesar das incertezas da demanda por gás natural, iniciadas com a interrupção de fornecimento de gás russo para Europa, espera-se que a demanda mundial pelo combustível fique relativamente estável ao longo de 2023. A demanda da China por GNL, contudo, é uma das maiores incertezas para este ano.

A Europa conseguiu estocar gás natural em reservatórios subterrâneos, implementar políticas específicas, reduzir o consumo em indústrias energointensivas e aumentar a importação de GNL. Mesmo assim, foi inevitável o aumento recorde dos preços de gás natural ao redor do mundo.

Mercados importadores do gás russo tomaram medidas consideráveis para enfrentamento da crise e aumento de resiliência energética, alavancando a discussão sobre a necessidade de gases de baixa emissão de carbono, como hidrogênio de baixo carbono (LCH), metano e gás.

Confira alguns dos principais destaques:

  1. Recorde nos preços e volatilidade de gás.
  2. Suprimento de gás russo à Europa caiu aos níveis mais baixos desde 1980 e foi parcialmente compensado pela forte entrada de GNL no continente europeu.
  3. O aumento da importação de GNL pela Europa foi possível graças à queda de importações de GNL pela China em 2022.
  4. Essa queda de importações chinesas de GNL se deu por diversos fatores que não necessariamente se repetirão ao longo de 2023, o que pode levar a um aumento da demanda chinesa por GNL.
  5. Crescimento modesto no mercado de GNL (5,5%), apesar da alta sem precedentes na demanda pelo combustível em 2022.
  6. Os EUA supriram 2/3 da demanda incremental da Europa por GNL e outros países também intensificaram suas exportações para o continente.
  7. O valor comercializado em 2022 pelo comércio de GNL dobrou, atingindo US$ 450 bilhões.
  8. Consumo de gás natural na América do Norte subiu 5% em 2022, impulsionada pelo crescimento do setor elétrico.
  9. Queda acentuada no consumo de gás no Brasil em 2022 para eletricidade, após período de forte demanda em 2021 durante a crise hídrica.
  10. Produção de gás nos EUA atingiu recordes, apesar de limitado crescimento do gás de folhelho (shale gas).
  11. Espera-se crescimento lento na produção de gás dos EUA em 2023.
  12. Todas essas questões sobre fornecimento de gás natural trouxeram foco para gases de baixa emissão (hidrogênio de baixo carbono, metano sintético, GNL sintético
  13. Europa estabeleceu estratégias e metas ambiciosas para hidrogénio a médio prazo
  14. O crescimento da produção de biometano foi recorde em 2023