Aspecto Meteorológico

Destaques

  • Precipitação abaixo da média em novembro nas regiões Sul e Sudeste devido à rápida passagem de frentes frias nessas regiões;
  • Precipitação acima da média nas regiões Norte e Nordeste devido à ocorrência de dois eventos da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul);
  • As condições climáticas e oceânicas indicam uma probabilidade de 60% na manutenção do evento de La Niña durante o verão

A rápida passagem de frentes frias nas regiões Sul e Sudeste, no decorrer do mês de novembro, resultou em precipitação abaixo da média nas bacias dessas regiões. Houve precipitação acima da média nas regiões Norte e Nordeste em função da ocorrência de dois eventos de Zona de Convergência do Atlântico Sul, também conhecidos como ZCAS. Uma massa de ar frio atuou na primeira semana de novembro sobre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e proporcionou uma redução na temperatura máxima (em relação à média histórica).

O início do período úmido se iniciou dentro do esperado para a região mais central do Brasil. Historicamente, o trimestre de dezembro a fevereiro equivale aos meses mais chuvosos nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Porém, as condições climáticas e oceânicas indicam uma probabilidade de 60% na manutenção do evento de La Niña durante o verão, indicando uma transição para a neutralidade no final dessa estação, ou seja, entre meados de março e início de abril.

Condições Hidrometeorológicas

Destaques

  • A média do SIN no mês de novembro correspondeu a 90% da MLT, sendo a 31ª pior do histórico;
  • Somente as ENAs do Nordeste e Norte apresentaram elevação no mês de novembro em relação a outubro;
  • Previsões da ENA para dezembro: 95% da MLT para o Sudeste, 81% para o Sul, 81% para o Nordeste e 159% para o Norte.

A média do SIN estimada para o mês de novembro é a 31ª pior do histórico, correspondendo a 90% da MLT. Em relação a outubro, somente as ENAs do Nordeste e Norte apresentaram elevação, passando de 61% (14º pior) para 77% (29º pior) no Nordeste e 71% (14º pior) para 142% (15º melhor). As ENAs Sudeste e Sul para o final do mês de novembro foram estimadas, respectivamente, em 86% (24º pior) e 87% (43º melhor), menores, em termos percentuais, que as ENAs do mês anterior.

As previsões de ENA mensais indicam as seguintes porcentagens de MLT: 95% para o Sudeste, 81% para o Sul, 81% para o Nordeste e 159% para o Norte, conforme apresentado na Tabela 1:

Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)

As condições dos armazenamentos para o início da primeira semana operativa para os subsistemas SE/CO, Sul, NE e Norte são, respectivamente: 47%, 82%, 59% e 52%. Dessa forma, o armazenamento inicial de dezembro do SIN ficou estimado em 52%, enquanto para o final do mês está previsto que se encerre em 56%.

Política Operativa

Destaques

  • A geração no subsistema SE/CO continuará preservando os armazenamentos;
  • No subsistema Nordeste, as disponibilidades energéticas serão exploradas maximizando a exportação para o SE/CO e respeitando as restrições hidráulicas e limites elétricos vigentes;
  • Apresentada nova resolução ANA nº 132/2022 que dispõe das condições de operação dos reservatórios de Jurumirim, Chavantes e Capivara no rio Paranapanema.

Como destaques das medidas operativas, a geração no subsistema SE/CO continuará preservando os armazenamentos. A geração no subsistema Norte visa explorar as disponibilidades energéticas e fechamento de ponta, enquanto a geração no Sul será dimensionada em função do atendimento à carga, com prioridade ao atendimento de ponta do sistema. No subsistema Nordeste, as disponibilidades energéticas serão exploradas maximizando a exportação para o SE/CO e respeitando as restrições hidráulicas e limites elétricos vigentes. Durante o mês de dezembro, o CMSE continuará acompanhando as condições do SIN.

Foi aprovada a metodologia de construção e revisão da Curva de Representação de Condicionantes hidráulicos (CRCH) para a bacia do São Francisco. Destaca-se como objetivo a limitação da defluência máxima da UHE Xingó nos modelos em função da perspectiva de manutenção da operação da UHE Sobradinho dentro de sua faixa de normalidade. A sua implementação nos modelos oficiais se dará a partir do PMO de janeiro de 2023.

Foi apresentada a nova resolução ANA nº 132/2022 que dispõe das condições de operação dos reservatórios de Jurumirim, Chavantes e Capivara no rio Paranapanema. Foram apresentadas as quatro faixas de operação definidas para os reservatórios: Normal, Atenção, Alerta e Restrição. O volume útil associado e os valores de defluência mínima e máxima foram especificados para cada faixa.

Por fim, foi apresentado a nova representação das diretrizes operativas para as bacias dos rios São Francisco, Tocantins e Paranapanema nos modelos DESSEM, DECOMP e NEWAVE. Uma nova metodologia de representação foi apresentada com a introdução da Diretriz Operativa (DO) como nova forma de condicionante operativa hidráulica, cuja declaração aos agentes é de responsabilidade do ONS. As novas metodologias de representação nos modelos se darão a partir do PMO de janeiro de 2023 em substituição ao “Informes sobre o planejamento e a programação da operação dos aproveitamentos hidroelétricos das bacias dos rios São Francisco e Tocantins”.

Restrições Operativas de Destaque

A usina de Três Marias possui restrições de defluência mínima de 400 m³/s até o final de dezembro e de defluência máxima também de 400 m³/s ao longo do mês de dezembro e janeiro de 2023. A usina de Sobradinho segue com defluência mínima de 800 m³/s, enquanto Xingó mantém as restrições de vazão mínima de 1.100 m³/s e máxima de 8.000 m³/s até o final de janeiro. Serra da Mesa, no rio Tocantins, também conta com restrição de vazão mínima de 100 m³/s a partir do dia 1º de dezembro até 31 de janeiro do ano que vem. Desde o PMO de junho, está sendo utilizada a Curva de Deplecionamento da UHE Tucuruí referente ao ano de 2022, e para o mês de dezembro sua geração mínima ficou estabelecida em 1.190MW. Durante o ano de 2022, está sendo utilizado o Hidrograma B da UHE Belo Monte.

Despacho Térmico

Destaques

  • Novembro apresentou redução da geração térmica mensal, passando de 5 GWmed em outubro para 4 GWmed;
  • O Brasil vem exportando geração térmica para a Argentina e o Uruguai;
  • Para dezembro, destaca-se uma disponibilidade média térmica prevista de cerca de 19,7 GW, de uma capacidade instalada total de 24 GW.

O mês de novembro, em relação ao mês anterior, apresentou uma redução da geração térmica mensal, passando de 5 GWmed em outubro para 4 GWmed. Não é necessário importar energia da Argentina e Uruguai desde março, e o que ocorre é o oposto, o Brasil vem exportando geração térmica para esses países. Para o mês de dezembro, destaca-se uma disponibilidade média térmica prevista de cerca de 19,7 GW, de uma capacidade instalada total de 24 GW. Não houve despacho comandado para as usinas térmicas a GNL para as próximas semanas operativas de dezembro, mas a UTE Santa Cruz Nova gerará por inflexibilidade até 30 de dezembro, e depois de 7 a 27 de janeiro do ano que vem.

Projeções de Carga

Para dezembro, são previstas as seguintes taxas de variação em relação ao mesmo mês do ano anterior: +1,6% para o subsistema SE/CO, -2,8% para o Sul, 0% para o Nordeste e +10,7% para o Norte. Para os meses de dezembro e janeiro, a carga do SIN projetada ficou em 71.334 e 74.431 MWmed, com taxas de +1,2% e de +3,0% em relação aos mesmos meses de 2021/2022.