Durante a primeira metade do mês de julho, houve pancadas de chuva isoladas no Norte do país, afetando a parte baixa da bacia do rio Xingu. As outras regiões vivenciam um período seco e apresentaram estiagem hidrológica. Houve avanço de uma frente fria no Sul, gerando chuvas fracas nas bacias do Paranapanema, incremental Itaipu e Iguaçu.

Durante a segunda quinzena, houve chuva fraca nas bacias do Uruguai, Jacuí e Iguaçu, inferior à média histórica. Nessa época do ano, espera-se chuva nas regiões Norte, litoral do Nordeste e Sul. Mesmo assim, a região Sul fechou o mês com chuvas bem abaixo de sua média histórica

As temperaturas mínimas se mostraram abaixo da média histórica nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A velocidade média dos ventos foi elevada, favorecendo a geração eólica no Nordeste. Espera-se que agosto comece semelhante ao mês de julho, com pouca ou nenhuma chuva nas bacias do SIN, aumentando geração eólica e as temperaturas ao longo do mês.

Condições Hidrometeorológicas

A média do SIN de setembro/2020 a julho/2021 foi a pior do histórico, com uma média de 67% da MLT.

Já em julho/2021, foi verificado armazenamento de 26% para o subsistema Sudeste, 49% para o Sul, 79% para o Norte e 55% para o Nordeste.

Política Operativa

Como destaques das medidas operativas, temos a diminuição da exploração de disponibilidade energética no Norte, com aumento de geração eólica e exportação no Nordeste. A geração no SE/CO será minimizada devido às condicionantes hidráulicas e à política de recuperação dos armazenamentos.

Dada às condições hidrológicas desfavoráveis, o CMSE continuará acompanhando as condições do SIN ao longo de agosto. O CMSE também aprovou a realização de testes para se utilizar critérios menos restritivos dos limites de intercâmbio, em caráter excepcional. Uma vez aprovados, os novos limites serão incorporados ao PMO de Setembro de 2021.

Restrições Operativas

A partir do PMO de agosto, são consideradas as reduções das vazões mínimas para as usinas de Limoeiro, Furnas e Mascarenhas de Moraes, na bacia do rio Grande e para as usinas Jupiá e Porto Primavera, na bacia do rio Paraná. A flexibilização das vazões mínimas em Jupiá e Porto Primavera tem sido fundamental para a manutenção operativa da bacia do rio Paraná.

Na bacia do São Francisco, a UHE Xingó terá vazões mínima e máxima elevadas, contanto que o reservatório de Sobradinho permaneça na Faixa de Atenção (até 60% do seu volume útil). Caso o reservatório atinja um valor de 40%VU, essa elevação será suspensa. A partir do PMO de setembro, serão consideradas também as reduções de cota mínima na hidrovia Paraná-Tietê. Entre 10/06/2021 e 10/08/2021 ocorre o Período de Praias na bacia do rio Tocantins, o que mantém as vazões de Serra da Mesa constantes em 600 m³/s.

O CVU da usina termelétrica Araucária teve seus custos fixos recuperados, autorizada pelas Portarias MME 504 e 5 (PRT5) de abril de 2021. A partir do PMO de agosto, o CVU da usina passa para R$ 909,50/MWh em julho, R$ 1.083,21/MW em agosto e R$ 706,35/MWh em setembro.

Despacho Térmico

O mês de julho teve despacho por garantia energética menor que no mês de junho, contudo contou com maior importação de energia da Argentina e Uruguai. Em relação à geração termelétrica, as três usinas a GNL receberam indicação de despacho antecipado por ordem de mérito de custo para a semana de 02/10 a 08/10. Assim, há previsão de despacho para Porto Sergipe I nessa semana.

Projeções para Agosto e Setembro

Há expectativa de patamares elevados de carga do setor industrial, além da retomada e aumento da demanda do setor de comércio e serviços, dado o avanço das campanhas de vacinação no país. Para os meses de Agosto e Setembro, a carga do SIN projetada ficou em 67.589 e 69.736 MWmed, um crescimento de 4,6% e 0,6 % em relação ao mesmo mês em 2020. Em relação ao PLAN 2021-2025, houve um crescimento de 2,3% para agosto e decrescimento de 2,3% para setembro. Em relação a agosto de 2020, as taxas de crescimento por subsistema são: 4,2% para SE/CO, 3,6 % para o Sul, 7,5% para o Nordeste e 3,9% o Norte.

Desde Julho de 2021, estão sendo utilizados para o PMO os resultados do modelo SMAP/ONS para as duas primeiras semanas operativas para os aproveitamentos da bacia do Teles Pires e Xingú, em substituição ao Previvaz. A partir de Setembro de 2021, os resultados SMAP/ONS também substituirão os resultados do Previvaz para as duas primeiras semanas operativas das bacias dos rios Araguari, Jari, Curuá-Una, Jequitinhonha, Parnaíba e Uatumã. A partir de Outubro de 2021, o modelo SMAP/ONS também substituirá o Previvaz para a previsão das duas primeiras semanas operativas dos aproveitamentos da bacia do Paraguai.

As ENAs de julho apresentaram redução. Espera-se uma manutenção do cenário de recessão em todas os subsistemas, visto que as previsões meteorológicas indicam poucas chuvas para as próximas semanas. No subsistema Sul, há expectativa de aumento das vazões entre as semanas 2 e 3 de Agosto, com retorno à recessão na semana 4.

Destaca-se que os subsistemas Sudeste (58%), Sul (42%), Nordeste (44%) e Norte (80%) apresentam MLT abaixo da média histórica, conforme apresentado na Tabela 1.

A seguir temos as ENAs dos subsistemas para a próxima semana operativa e para o mês de agosto:

Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)