Escrito por Mariana Nunes, Gyslla Vasconcelos e Eduardo Faria

O reservatório de uma usina hidrelétrica é a estrutura construída para criar o desnível de água. O desnível é importante, porque a potência da geração hidráulica é proporcional ao produto “altura d’água” x “vazão”. Usinas a fio d’água, consideradas sem reservatório ou reservatório com regularização diária, geralmente possuem elevadas vazões e desníveis menores, enquanto usinas com reservatórios mais profundos podem operar com vazões menores.

Os reservatórios contam com diversas faixas de níveis d’água e de volumes. O VOLUME ÚTIL, por exemplo, é a parcela mais relevante para o Setor Elétrico, pois é a faixa capaz de produzir energia. Ele se encontra entre os níveis mínimo e máximo operativo normal. Por isso, os níveis de armazenamento costumam ser expressos em forma de porcentagem do volume útil (%VU). Outras formas são em relação ao nível d’água em metros (m) ou à água armazenada (m³ ou hm³). Além do Volume Útil, existem outras subdivisões:

VOLUME MORTO: região abaixo do nível mínimo operativo normal do reservatório, com o qual não é possível gerar energia.

VOLUME DE ESPERA: parcela do Volume Útil do reservatório, entre os níveis meta e máximo operativo normal, mantida vazia para ser utilizado para acomodar cheias. Esse volume é planejado anualmente pelo ONS para alguns reservatórios do SIN durante o período úmido. A depender da magnitude da cheia prevista, esse volume de espera será mais ou menos expressivo. O controle de cheias é uma atividade necessária para a segurança não só das barragens como da bacia hidrográfica como um todo. Contudo, é conflitante com a geração de energia, pois a produção elétrica será maior com alturas d’água mais elevadas.

VOLUME MÁXIMO MAXIMORUM: volume entre o nível máximo maximorum e o nível máximo operativo normal, conforme a figura abaixo. O nível máximo maximorum é o máximo nível atingido do reservatório, a partir do qual abrem-se os vertedouros para a passagem de cheias.

Imagens:

  1. Hidrograma esquemático do amortecimento de cheias em reservatórios

2. Faixas de volumes de um reservatório de regularização

3. Antes da cheia, com volume de espera, e após a chegada da onda de cheia, com vertimento